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terça-feira, 12 de março de 2013


Escrever sobre a saudade dói

domingo, 10 de março de 2013

O pior erro


Erro de tentar entender o erro
E sofro ao tentar entender o sofrimento
Tanta confusão na cabeça, tantos pensamentos
Eu afastei todos de mim
Eu não sei o que busquei a vida toda
Mas parece que estou  longe de conseguir
A minha vida  inteira foi uma luta para combater maus pensamentos
Para tentar tirar a tristeza que mal cabia em mim
Acho  que me perdi entre ego e valorização
Eu não queria afastar ninguém
Eu sempre errei a hora
Pensei em mim quando era hora de pensar nos outros
E pensei nos outros quando era hora de pensar em mim.
Melhor dizendo, eu nunca soube como pensar em tudo ao mesmo tempo.
E o tempo para mim nunca me disse nada
Minha personalidade congelada desde o berçário
Fazendo de mim um eterno imaturo.
Um passo para frente e eu estrago a vida
Sempre essa linha muito frágil
De que uma palavra ou uma atitude coloca tudo a perder
Sinto –me  sólido mesmo no sentimento mais concreto.
Minha injustiça é o impulso do meu fracasso
Em nunca saber lidar com meu ego
Sempre me frustrando por não aceitar a felicidade
De maneira tão fácil.
Desaprendi o tempo, desaprendendo assim a vida.
Eu quero dar um passo certo
Quero de uma vez por todas
Ser um todo.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Teus olhos castanhos
Acanhados aos meus
A cunhar sonhos castos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A quadrilha

Luis roubou chico, que traficava para Alberto 
Que pagava a prostitua Raquel 
Raquel era amante de Paulo deputado
Que era vizinho de Rodrigo 
Rodrigo. Que era policial prendeu Hugo que era estudante
E nao tinha cometido crime nenhum

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Aurora

A aurora a florear a minha nuca
Renasce a fina flor no peito
A cada aurora,florea um samba
Em um infinito que não desafina

Teu canto, cabrocha
é de bom tom
e desabrocha, qualquer botão.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

No meio do caminho tinha um poste


No meio do caminho tinha um poste
Que nos obrigava a separar as nossas mãos
No meio do caminho tinha dois postes
Que nos obrigava a dar 20 passos sem as mãos dadas
No meio do caminho não tinha nenhum poste
Dávamos a mão
No meio do caminho não tinha nenhum poste
Mas tinha uma arvore
Soltávamos a mão novamente
E o meio do caminho, não parava de surgir
Mil arvores, mil postes
No meio do caminho tinha 30 cestas de lixo
Soltamos a mão o caminho inteiro e andávamos calados.
Depois do caminho inteiro de mãos soltas
Resolvemos andar no meio da rua
Morremos atrapalhando o trânsito
De mãos dadas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

No que pisamos quando não gostamos de andar

Trouxe duas cervejas. Antes de entrar em casa, na soleira, sequei as duas latas. Apoiei meus pés nos livros, se não consigo ler, que pelo menos eles possam me servir de algo. E deixei assim, os versos longe da boca. Sobravam a vontade para os vícios, os hiatos do verbo na minha boca.
Não mais hospedava meus passos no seu desconforto, sonhar era mais fácil que quilometrar o desapego. O espaço que nos separa dobrou o tempo do encontro e até os viadutos, se esqueciam e se lembravam em paralelo com nossas indecisões.  No meu colo, carregava o vazio do seu descuido, e sem reconhecer teu andar, descansava meu caminho.
Entre a calçada e a porta, eu teria que andar por infinitas estradas. Entrar naquela casa, era reconhecer as minhas inúmeras fraquezas, a minha fragilidade, a sua força intensa. E eu nunca soube dar meia volta.  Então, eu preferia cambalear a ter que me acercar de sua cintura, ainda que seu umbigo me atraísse como um sol. No meu delírio, eu orbitava, passeando por seus seios, seu ventre. Eu só orbitava, sem nunca ser protagonista afinal.
Engoli em seco e abri um dos livros-apoio-de-pés. Procurei qualquer verso de amor que te falasse por mim. Que te falasse amores ou saudades. Que te falasse mistérios ou novos medos. Qualquer verso que me poupasse de minhas palavras secas e cansadas.Qualquer verso que coçasse nossos pés, qualquer métrica que mapeasse ou instigasse teu significado em minha percepção. Depois de alguns goles na cerveja, toda poesia cinética caminhava no azulejo gelado que eu tanto evitava deitar teu corpo.
Desisti de te dizer qualquer coisa. Só queria devorar faminto a sua boca de tantas palavras, agora doces, não mais do que uma lembrança, não mais que adivinhação, palavras-além-pés.

(Parceria com Luara,
http://aquarelavel.blogspot.com.br/ )