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sábado, 29 de dezembro de 2007

Lar,não tão doce,mas lar.

Eu não os culpo, a minha volta, giravam algumas palavras de amor, derretia do céu, algumas promessas, e a esperança pairava no ar.
Era um bom lar, não era tão doce, mas era a minha bagagem, ali era minha estrada, minha pousada e minha pequena pretensão de se proteger.
Eu aprendi cedo a formalidade, e tinha um certo dom para a tal, e a educação se adaptou e se moldou de forma rápida as minhas palavras e aos meus gestos, eu acho que era um talento, ou simplesmente nasci para ser assim, educado.
Era a terra do sol, mas também da chuva, e dos tempos nublados, e cada qual trazia consigo, uma maneira de se manifestar em mim, nos dias de sol, o sorriso e a alegria, que mais tarde se transformaria em indagação, assim como os dias nublados e os dias de chuva.
Desde pequeno, questionava tudo, pensava em tudo, me pré ocupava, e me ocupava de algo que não fazia parte de mim, pelo menos não, com aquela idade.
Os questionamentos eram dos mais variados, mas não exigia neles, uma eloqüência de respostas, eram mais, passa-tempos, do que filosofia, mais duvidas infantis do que longas teorias sobre o céu e o mar.
Também pudera, não tinha lido o suficiente para fazer tais indagações, e divagações, meu repertorio sobre o ser e não ser era muito vasto, mas a anciã de saber e suprir minhas pequenas duvidas me devoravam cada dia mais.
Eu sempre tive um certo sadismo pelo silencio e pelas palavras,e era esse sadismo o culpado pelas tantas horas passadas,na cama,olhando para o teto,e pensando.Por conta desse sadismo,eu também cresci meio voyieur,passava horas observando,pessoas ao longe,conversarem,e tenta imaginar o que de interessante falavam,ou por que de uma hora e para outra,o silencio ali,se mistificava e virava um semi deus,não vou mentir,ainda tenho certo prazer,em observar pessoas,mas nada que me faca,ser um louco,ou um desvairado,apenas um curioso,sobre o que mais me fascina,o silencio.

Continua...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

A vida secreta do silêncio

A gota do chuveiro
Cai

O sol trabalha em silêncio
Minhas unhas crescem em silêncio.

Aonde minhas palavras caem?

O sol se pos, e não percebemos.
O sol levanta e cai

Com o que minhas palavras vão ao encontro?
E aonde vão se espalhar?

Meus cílios trabalham em silêncio
O espelho reflete em silêncio.

A madeira estala
A água percorre pelos canos

A vida secreta do silêncio.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Distancia

Eu leio suas pequenas cartas
Como se fossem, belos poemas.
E assim, querendo ou não.
Justifico o meu amor

Eu leio suas belas palavras
E faço delas cena
Já não me importo se é o meu primeiro contato
O que importa é que me fazem bem

Não mais me importa o luxo
E não me assusto com o vulgar
Hoje, me limito entre o simples e o belo.

O azar do pouco conhecimento
É causada pela polemica memória de outros dias
E pelo efêmero, das casas, do sol, e da minha pele.

Eu saio do charme
Para entrar do divino
No sagrado altar do amor
Fazendo com que todas palavras absurdas
Se percam na grande eternidade que é a certeza.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Ideal

Sabe o que é ideal?
É a sua risada, que completa a minha.
Enquanto a minha recupera o fôlego.

Sabe o que é ideal?
É o seu olhar que completa o meu·enquanto me pego piscando.

Ideal é sua palavra·quando a minha já não encontra resposta.

Ideal é sua certeza·quando a minha fé é questionada.

Sabe o que é ideal?
É a nossa eternidade·quando a noite já é perfeita.

Sabe o que é ideal?
É a sua vida, na minha
Quando eu só existia.

domingo, 25 de novembro de 2007

Retrata a Vida

Retrata a vida
Retraída pelo medo
Distraída pelo pecado
E traída pela morte



Retrata a vida
Tratada como sonho
Trazida como milagre
Levada como pó.

Retrata a vida
Disputada como premio
Vencida como luta
Recompensada como bondade.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Sobre a Tourada

Aplaudem a braveza do touro
Sem saber que a covardia
É um desaforo

terça-feira, 20 de novembro de 2007

And Actress

Em pacto
As risadas
Impacto
Dois pensamentos
Intacto
O futuro

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Aspira a existencia,Assopre vida.

Assopre em minha boca
O mesmo ar que aspira por desejo
Assopre a felicidade em minha boca
O mesmo ar que afaga

Quero os beijos falantes
De quem já não consegue explicar o amor
De quem já se entregou às palavras
E faz do beijo, a comunicação perfeita dos amantes.

Quero te ver dançar
Ao som da eternidade
E te ouvir dizer
Coisas sem nexo

Segure minha mão
Com a mesma intensidade
Que segura seus sonhos

Reina em mim
Com a mesma facilidade
Com que reina na alegria

Assopre em minha boca
A vida
Com o mesmo ar
Que aspira a existência.

domingo, 11 de novembro de 2007

Ode a Eternidade

O meu eterno, não é o da promessa.
Embora a eternidade seja cúmplice dela.
O meu eterno, não é o da lembrança.
Embora a lembrança de aval a eternidade.
O meu eterno não é o da posse, e muito menos da liberdade.
O meu eterno é o do sonho realizado.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Sobre a Figura de Linguagem

Pensar em você é pleonasmo.
Te ter é gradação
E te amar não é hipérbole.
Mas se não me quiseres, não me venha com eufemismos.

domingo, 14 de outubro de 2007

O meu Amor

O meu amor é muito formal para improvisar
É educado, mas não desfila outras intenções.
É muito pragmático, por isso não ousa.
Aquilo que é de praxe, é sua maior lição.
Ele é cortês, se despede ao ir embora, mas quase sempre não avisa a hora.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Alegria Vazia

Não questione minha inteligência, não subestime minha tristeza, e, por favor, não acompanhe o meu prazer,tem por si só vida,faz dela refugio,para o tédio,e sufoco para o limite,Tem por si só, corpo,não me venha pedir normalidade,e não arranque de mim o sabor que colhe da arte,é tão mais difícil ser,do que estar,por isso,seja vida,seja por si só,e não me enche com sua alegria vazia.

domingo, 23 de setembro de 2007

Tantos

De tantos “se” o sorriso ficou no “mas” E o Beijo ficou na incerteza De tantos “sim” e “não” a saudade ficou no tempo E o abraço ficou nas horas. As conversas ficaram nas duvidas A tristeza ficou no poxa De tantas manias,as risadas ficaram no mal entendido E a felicidade no pensamento De tantos “para” o toque ficou no vão A intenção no vazio,e minha palavra no silencio De Tanto passado, o presente simplesmente não ficou

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A atriz

Atriz
Me ensina
A encenar
Meus desejos
Ancestrais
Suas falas
Anseio
Da platéia
Aceno
Sou apenas poeta
Sua obra não assino.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Oi

O que fazer com tanta Clarice, com tanto Leminski, e com tanto Drummond?De que vale tantos livros?Pra que tanto Almodóvar, tanto Fellini, tanto Copolla, pra que tantos filmes?Saber quem pintou “os amantes” quem esculpiu a rosa, e quem deu vida ao grito?Se aqueles prédios são do Oscar, ou se aquela musica é Do Chico?Para que tanta cultura?Tanta informação?Se ao te ver eu só consigo te dar um Oi.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Do Capricho ao Relaxo

Do capricho
Ficou o charme
O charme das flores e dos cachecóis
Do batom e dos óculos

O capricho se foi
Aos relaxos do tempo
Aos relaxos do sonho
Aos relaxos das cartas mal escritas.

O charme ainda esta no perfume
Nas unhas bem feitas
E no cheiro do chá de camomila

Talvez muita intimidade seja o capricho
A convivência um charme
E a rotina um relaxo

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Me perdi

Me Perdi

Acho que perdi minha coerencia
em sua essencia
Jã nao sei ao certo,o que é certo
Perdi meus principios em seu fim
Todas as lições perdi em sua casa.

Suas impressões
viraram as minhas digitais
e seu discurso
virou o meu percurso.

Me perco,me acho,nao sou mais nada.
quase sou voce,só nao sou porque ainda me resta um nome.
me resta o batismo,e me resta a herança.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

All Star de pano

Meu all star de pano
está escrito eu te amo
com letras grandes para nao ter engano
Com tinta azul,tudo conforme o plano
mas se a tinta sair,e tudo entrar pelo cano
jogarei ele no fio,e comprarei um de couro,no proximo ano.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Infantil

eu ponho minhas asas
suponho minha vida
componho meus passos
e sonho com o amor

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Sobre o Cansaço

O que está sobe meu alcance
Eu canso
O que não está sobe meu alcance
Não Alcanço

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Falta De Liberdade

Todas as minhas escolhas,sao baseadas na histeria,fecundadas em uma ingenuidade e que resultam uma ignorancia.Todos os meus sonhos sao reais demais para a sociedade,e o que é real para o mundo,é o meu maior segredo,camuflo o não saber,com rodeios,e a falta de alternativa,com a sorte,meu humor é veneno para meus devaneios,mas a cura para as minhas preocupacões,meu maior defeito é achar que tenho todos eles, e a minha maior qualidade é saber se enganar,e ingenuo é se enganar com o desconhecido,isso tambem é triste,mas só nao sou mais triste,por falta de liberdade.

domingo, 8 de julho de 2007

O começo

O começo




Eu não sei por qual motivo as pessoas começam a escrever,talvez tristeza,melancolia,ou apenas uma válvula de escape mesmo,mas eu comecei a escrever por amor as mulheres, mas não esse amor que todo garoto tem por uma menina,eu quase sempre acho que um cara nunca ama uma mulher de verdade,o ser mulher sabe?ele ama o corpo da mulher,mas ele não ama seus gestos,ele ama o que ela pode fazer com ele,mas não ama suas manias,enfim quando escrevi minha primeira poesia,rimando dor com amor,claro,por que todo poeta se assim pode dizer,tem que ter uma poesia rimando dor com amor,quando escrevi essa primeira,vi que os olhos da minha mãe brilharam e que ela se derreteu como manteiga,ao ver aquilo com um 11 anos de idade,percebi que seria uma boa maneira de conquistar as mulheres,e como fui sempre fui tímido,seria uma boa tática para derreter outros corações,daí não parei mais de escrever,lembro da minha primeira tentativa,fiz a poesia,coloquei muitas promessas,não qual acho que nunca poderia cumprir na época,como fugir com ela só nos dois.como assim eu tinha 12 anos,coloquei também que por ela eu era capaz de enfrentar o mundo,sendo que eu não era capaz nem de enfrentar o Fernando,que era o garoto mais forte da escola,e o mais alto,e como sempre fui baixo,preferia não encará-lo, então depois de ter escrito todo esse amor no papel,me levantei da minha carteira e deixei embaixo da dela,aonde se guarda o material,ela não estava sentada lá,estava ajudando a professora a passar a matéria,ta pensando o que?todos meus amores foram intelectuais.

continua..

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Imaginário

Imaginário

Imaginário
Seu vocabulário em meu tom
Imaginário
Seu horário em minha espera

Hilário
Sua graça em meu humor
Dicionário
Suas palavras em minha boca

Vocabulário
Suas gírias em minha escrita
Horário
Suas espera em minhas linhas.

Relicário
Te adorar em segredo

Imaginário
Você em mim

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Setima arte e nao sete vidas.

Sabia da sua introspecção, sabia também do seu silencio, mas ainda não tinha percebido que isso tinha haver com sua paixão pela arte e pelo cinema, mas por trás da luz e câmera, não havia nem uma ação, às vezes também não havia nem luz, ma a ação não tinha mesmo, por trás da câmera, só uma vida parada, e quase nada interessante, mas não se preocupava com isso, e ate se orgulhava, um pouco, por que remetia a um personagem ao qual ele tanto se parecia e gostava que o copiasse entre gestos e choros, entre falas e fim. Sua vida era uma grande copia da Arte,algum livro empoeirado comprado em qualquer sebo,por não ter tantas historias,usava aquelas fabulosas do Peixe Grande,o amor mais belo que tinha vivido,viera do cinema,a frase mais bela que tinha escutado,de uma bela canção,e o mais belo sonho veio da cidade iluminada,ele respirava arte,mas transpirava vida. Via em cada canto, sua vida se espalhar, sem se dar conta, que faltava verdade.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Seja Feita

Não quero rotular coisas, muito menos nomear sentimentos.
Que o meu viver, seja inominável, o que possa sentir seja desconhecido, desconhecido de todos os clichês já vividos, que o sabor que ainda tenha na boca, não seja fácil de colher, e que todas as mentiras sejam postas na mesa, para que com cada gole de bebida, ela seja ignorada e menosprezada pela culpa.
Que meu próximo lar, seja firme, e resistente às lembranças, quero resistir a todas elas, que a vida se renove a cada ato de impulso, para que eu não tenha mais a quem chorar.
Que o sofrer, não esteja ligado à perda, mas sim a gloria de chorar.
Mas também não quero ser indiferente à vida, mas ser diferente a dor, que todos os meus passos possam mostrar conhecimento, e que todas minhas palavras aprendizado.
Que meus dias não sejam tão vulneráveis aos seus sentimentos, e que a lucidez não esteja só em meus planos.
Por fim que eu não tenha só intenções, mas eu que seja feito de vontades e ações, que eu não seja feito só de sorriso, mas de algo que não possa prever.

sábado, 2 de junho de 2007

Foges De Mim

Ela foge de todos os padrões de beleza, já estabelecidos, para se enquadrar no meu: simples e bela, meus sentimentos fogem de todas as cartilhas já feitas para o amor, e seus conselhos não são aqueles já conhecidos em livros de auto-ajuda,e claro os adjetivos que tinha a ela,fugia de todos os dicionários,fugia também dos conceitos que a julgavam perfeita,perfeita não era,mas era simples e bela,como já diria,mas o que mais me atormentava,é que também fugia de mim.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Simbolismo

Hoje descobri que o meu penar, é simbólico demais para entender.
Que minhas superstições eram devastas desculpas para eu não enxergar o destino.
Que o acaso era metamorfose, sempre se transformando em novas paixões, e que o tempo não faria tanta diferença se realmente fosse amor.
Descobri que tenho náuseas de saudade, e que o que eu sempre achava que era felicidade, era apenas atenção. E que toda restrição e regras,são abastecidas pelo medo.
Que a rotina é pretensão da vaidade, embora a vaidade sempre seja traída pelo egoísmo.
Descobri que o que nos guia é apenas idéias ilusórias de que ficar parado seja pior
E que as risadas quase sempre são pra disfarçar algum rancor, causada pelas risadas dos outros. Só hoje descobri que tentar viver com alguém do lado,é admitir que somos mais só do que pensamos.Que não há instruções para ser sincero,e que toda essas bobeiras são ditas quando estamos todos inertes a carência.E estar inerte a carência é estar de braços abertos as condições impostas pelo amor,por pior que sejam.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Meu Corpo

Meus olhos devem ter alguma mensagem subliminar que minha alma não entende, e meu coração é somente uma metáfora mal usada e colocada para aquilo que realmente se chama sentir,minha linguagem é muita para o pouco que falo,e meus verbos são poucos para o muito que me entrego,mas digo e repito,a simetria não esta em combinar razões e sentimentos,esta em dar e receber,esta nas cartas correspondidas e nas mãos dadas.Talvez meus pés não pisam em superfícies,mas sim em superficialidades,e talvez bem talvez, meus braços só são avais,para sonhos,e minhas costas é meu passado,mas nunca consegui dar um passo maior que ele,e mesmo que eu der,ficara para trás meu Aquiles e todos os pontos fracos que o acompanham.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Declaração

Sim, estou anunciando a minha vida.
Declarando-a livre, e solta, voando em novos ares, pousando em novas mãos, e morando em novas bocas.
Eu declaro iberdade a minha palavra, estou renunciando ao silencio, para fazer do mundo,minha privacidade.
Não sinto que serei roubado, mas sinto que serei identificado como exemplo para seus sentimentos que você, acha que são tão únicos.
Mas digo também que não serei mais um, nao vou falar de verdades absolutas, e nem de sonhos impossíveis, tentarei ao máximo me enquadrar no que acredito e no que estou para sentir, fazendo dessa minha inauguração, apenas mais uma etapa, e fazendo dessa etapa uma grande invenção.