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sábado, 16 de junho de 2012

Dentro


É dentro do seu jeito manso 
Que eu me sinto imenso
Dentro da sua delicadeza 
espreguiço toda minha felicidade
E endosso minha calma
dentro da sua doçura.

Que eu morra antes


Que eu morra antes
Que eu morra antes da minha aparência
No limiar de uma possível prova
Que eu morra antes da vaia
Para ser aplaudido no enterro
Que eu morra antes
Antes que todos descubram que eu não era um sábio
Que eu morra antes
Mas não sem antes suscitar o êxito
Mas não sem  antes inquirir apostas
Que eu morra antes de apostar com a vida
Que eu morra antes
Mas antes serei amigo do músico
Antes serei amante de atriz
Antes serei  filho do diplomata
Que eu morra antes
Antes que todos descubram que eu era incapaz.
Antes que todos descubram que eu não amava a vida

Malditos

Bendita a bondade que não é confundida
O silencio que não é permissivo
O pessimismo que não anula o sofrimento
Bendito o riso que não fere
Bendito o respeito que não precisa ser dito
Maldita
Maldita a ironia que camufla o sangue
Maldita a liberdade que perde a cor
Maldito o ingênuo que generaliza a dor
Maldito entre os dentes, bendito calado.